Desde minha primeira tentativa de fotografar arquitetura, em dezembro de 1995, percebi querer que tanto a construção quanto a paisagem narrassem uma história comum, e formassem um todo inseparável. Existem dois processos-chave quando fotografo a arquitetura como um componente da paisagem circundante: um direcionado para o interior, e outro direcionado para o exterior, e eles ocorrem simultaneamente.
Durante o primeiro processo, a paisagem é interpretada através do edifício, que age como uma lente, refletindo, refratando, revelando, unindo e separando. Ao mesmo tempo — durante o segundo processo — o edifício é interpretado como parte da paisagem, e é sentido através de seu contexto. Em ambos os casos, tento comunicar uma experiência contínua, em oposição a uma declaração visual estática.
À medida que meu envolvimento com a fotografia arquitetônica se aprofundou, e especialmente após minha principal publicação intitulada In Extremis, Columbia University Press, NYC, 2010, naturalmente comecei a questionar o escopo de meu trabalho: para que estava me esforçando? Certamente não era uma documentação, em meus anos profissionais como fotógrafa arqueológica tive que me envolver em documentação científica, e o processo de pensamento por trás dela é completamente diferente, ou seja, sistemático, objetivo e abrangente.
Desde minha primeira produção fotográfica, como fotógrafa de paisagens, procuro uma imagem maior: uma onde todos os elementos da composição estejam em relação uns com os outros, e a arquitetura faça parte da paisagem. Isto também implica que cada fotografia deva funcionar como uma história auto-contida, comunicando esta relação e as transições que ela implica, assim como uma narrativa pessoal recriando geografias imaginárias da infância. Portanto, a pergunta inicial que me faço no início de cada sessão é: que história é desvendada aqui? A paisagem é utilizada como um meio para falar de arquitetura e vice-versa.